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2012 - Livro Vermelho 2013

Huperzia flexibilis (Fée) B.Ollg. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 08-06-2012

Criterio:

Avaliador: Julia Caram Sfair

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

É uma epífita encontrada em diversos pontos próximos ao litoral brasileiro. Apesar de ocorrer em áreas que sofreram e sofrem intensa pressão antrópica, H. flexibilis é encontrada em diversas unidades de conservação (SNUC). Seu grande número de coletas poderia indicar que é uma espécie frequente na Mata Atlântica. Dessa maneira, H. flexibilis é considerada como uma espécie "Menos preocupante" (LC) quanto ao risco de extinção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Phlegmariurus flexibilis (Fée) B.Øllg.;

Família: Lycopodiaceae

Sinônimos:

  • > Huperzia flexibilis ;
  • > Lycopodium flexibile ;
  • > Urostachys flexibilis ;
  • > Lycopodium linifolium ;
  • > Lycopodium linifolium var. sanguineum ;
  • > Lycopodium linifolium var. subaristatum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Atualmente essa espécie está circunscrita em Phlegmariurus flexibilis (Fée) B.Øllg. (Øllgaard, 2012).

Dados populacionais

Em estudo realizado em 0,3 ha de uma floresta de planície litorânea da Ilha do Mel, PR, a espécie apresenta valor de importância epifítica de 0,15 (Kersten; Silva, 2001).

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul(Windisch; Ramos, 2012). No entanto não foi encontrado registro no Rio de Janeiro (CNCFlora, 2012).A espécie ocorre em altitudes entre 35 m e 800 m, sendo as menores altitudes encontradas no sul da área de ocorrência (Ollgaard; Windisch, 1987)

Ecologia

A espécie é epífita, ocorre em Florestas Montanas (Ollgaard; Windisch, 1987).Os registros botânicos indicam que a espécie ocorre em formação vegetacional tipo arbustiva arbórea, em local sombreado e úmido ou encharcado, com solo argiloso (CNCFlora, 2012).Em Minas Gerais a espécie ocorre na Serra do Cipó e Planalto de Diamantina (Salino; Almeida, 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A cobertura vegetal do Estado do Espirito Santo, antes praticamente toda recoberta pela Mata Atlântica, tem uma história de devastação cujos registros remontam aos do início de sua colonização. A destruição e degradação do habitat é, sem dúvida, a maior causa de perda de biodiversidade no Estado. Subsequentes ciclos econômicos, como o da exploração da madeira, da agricultura cafeeira, dos "reflorestamentos" homogêneos (Pinus e Eucaliptus), a incidência de espécies exóticas invasoras e sobre-exploração de plantas ornamentais são algumas principais ameaças incidentes sobre a flora do Estado (Simonelli; Fraga, 2007).

1.7 Fire
Detalhes Em setembro de 2001 foram detectados 485 focos de incêndios no Parque Nacional do Caparaó e 10 municípios adjacentes, destruindo a floresta nativa e áreas de pastagem. Em 2000 a área de queimadas aumentou 40% em relação ao ano anterior. Mesmo assim na região aumentaram tanto o número de licenças para plantação de cana-de-açúcar e pastagem, como do número de multas por queimadas ilegais (CEPF, 2001).

1.1.2 Wood plantation
Detalhes A vegetação do Parque Nacional da Serra do Itajaí tem grande parte que foi submetida a intenso processo de exploração madeireira, resultando em um mosaico de floresta primária e secundárias avançada. Em menos de 10% da área do Parque houve corte raso da floresta para fins agrícolas ou pecuários (Gasper; Sevegnani, 2010)

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Atualmente a Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina está descaracterizada e fragmentada, devido principalmente a processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividades de agricultura, ocupação desordenada e extração de carvão mineral, reduzindo drasticamente a vegetação original e resultando em formações secundárias em diferentes estágios sucessionais (Citadini-Zanette et al., 2009).

1.1.4 Livestock
Detalhes A criação de gado é uma ameaça a biodiversidade no Sul do Brasil. O pastejo excessivo resulta em diminuição na cobertura do solo e em riscos de erosão, além de substituição de espécies forrageiras produtivas por espécies que são menos produtivas e de menor qualidade, ou até mesmo na perda completa das boas espécies forrageiras. Em 1996, 7 milhões ha na região Sul do Brasil eram utilizados com pastagens cultivadas, principalmente com espécies não-nativas (Overbeck et al., 2009).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No decorrer do processo de ocupação das terras pelo colonizador português, diversos tipos de atividades destruidoras se destacaram a eliminação das matas de Pernambuco, tais como a defesa dos colonos contra os ataques constantes de indígenas as queimadas durantes as freqüentes lutas dos colonizadores contra indígenas, as construção de estradas, barragens, vilas, cidades, mineração, etc. e as derrubadas destinadas ao desenvolvimento da pecuária bovina extensiva e agricultura (canaviais, cafezais, mandiocais, etc). A substituição da Mata Atlântica pela cultura da cana a partir do período colonial representa a principal causa do processo de degradação desse bioma, agravando-se com o pro-álcool, em 1974. O que restou da floresta continua a ser devastada e consumida para usos diversos, além do intenso e desordenado processo de ocupação de sua área de ocorrência (Lima, 1998). Dados de 2010 relatam que dos 9.929.608 ha de Pernambuco coberto por Mata Atlântica, apenas 229.272 ha são remanescentes do bioma (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável", segundo a Lista vermelha da flora de Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, Parque Natural Municipal, São Francisco de Assis, Parque Municipal da Lagoa do Peri, Reserva Biológica Canela Preta, RPPN Prima Luna, RPPN Chácara Dona Edith, Parque Nacional da Serra de Itajaí, SC; Reserva Biológica Augusto Ruschi, Estação Biológica Santa Teresa, Parque Estadual Forno Grande, ES; Parque Nacional do Caparaó, MG; Parque Estadual Carlos Botelho, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, SP (CNCFlora, 2011); Reserva Biológica de Serra Negra, PE (Rodal; Nascimento, 2002); e Parque Nacional da Serra do Itajaí, SC (Gasper; Sevegnani, 2010).

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- CEPF - CRITICAL ECOSYSTEM PARTNERSHIP FUND. Mata atlântica hotspot de biodiversidade. , p. 29, 2001.

- GASPER, A. L.; SEVEGNANI, L. Lycophyta e samambaias do Parque Nacional da Serra do Itajaí, Vale do Itajaí, SC, Brasil. Hoehnea, v. 37, n. 4, p. 755-767, 2010.

- CITADINI-ZANETTE, V.; DELFINO, R. F.; BRUM-FIGUEIRÓ, A. C.; SANTOS, R. Rubiaceae na recuperação ambiental no sul de Santa Catarina,. Revista de Estudos Ambientais, v. 11, n. 1, p. 71-82, 2009.

- OVERBECK, G. E.; MÜLLER, S. C.; FIDELIS, PFADENHAUER, J.; PILLAR, V. P.; BLANCO, C. C.; BOLDRINI, LPILLAR, V. P.; MÜLLER, S. C.; CASTILHO, Z. M. S.; JACQUES, A. V. A. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2009. 26-41 p.

- LIMA, M. L. F. A Reserva da biosfera da mata atlântica em Pernambuco - Situação atual, ações e perspectivas. CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, v. 12, p. 43, 1998.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.

- KERSTEN, R. A.; SILVA, S. M. Composição florística e estrutura do componente epifítico vascular em floresta da planície litorânea na Ilha do Mel, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 24, n. 2, p. 213-226, 2001.

- RODAL, M. J. N.; NASCIMENTO, L. M. Levantamento florístico da floresta serrana da Reserva Biológica de Serra Negra, microrregião de Itaparica, Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 16, n. 4, p. 481-500, 2002.

- SANTIAGO, A. C. P.; BARROS, I. C. L.; SYLVESTRE, L. S. Pteridófitas ocorrentes em três fragmentos florestais de um brejo de altitude (Bonito, Pernambuco, Brasil) 1. Acta Botânica Brasilica, v. 18, n. 4, p. 781-792, 2004.

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- SILVA-XAVIER, S. R.; BARROS, I. C. L. Pteridoflora e seus aspectos ecológicos ocorrentes no Parque Ecológico João Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, PE, Brasil. Acta Botânica Brasilica, v. 19, n. 4, p. 775-781, 2005.

- ØLLGAARD, B. Nomenclatural changes in Brazilian Lycopodiaceae. Rodriguésia, v. 63, n. 2, 2012.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E.; LARA, D. S. Lycopodiaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- WINDISCH, P. G.; RAMOS, C. G. V. Lycopodiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB091370>.

- OLLGAARD, B.; WINDISCH, P. G. Sinopse das Licopodiáceas do Brasil. Bradea, v. 5, n. 1, p. 1-43, 1987.

Como citar

CNCFlora. Huperzia flexibilis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Huperzia flexibilis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 08/06/2012 - 12:54:06